Vila Flor
Um surpresa, Vila Flor, para quem chega depois de tanto tempo.
A terrinha parece condenada à condição de velharia. Resignada a ir pelo melhor preço. Numa mercancia junto do jardim público com gasolineira e tudo menos algo que se aprecie.
Depois aparecem tímidos sinais de vida. Ainda haverá jornais, política, futebol e cerveja em Vila Flor. Há, pelo menos, esplanadas de cedo recolher...
E, de súbito, a imponência da Matriz. Percebemo-lo logo - ali é que é, e sempre foi, Vila Flor. O resto é caminho de viandantes. Toca a esgalhar o morro!
Nesse curso, a Rainha Santa. Diz-se que D. Dinis, no trajecto para Trancoso, onde casou, passou por aqui e encantou-se com as amendoeiras em floração. Daí o nome da vila... A Rainha D. Isabel não necessitou o escultor incluísse rosas na estátua - são os de lá que sempre as colocam vivas, coloridas no seu regaço. De enternecer qualquer descrente!
Atrás da igreja principal, o Largo do Paço dos Condes de Sampaio. Que estes foram os senhores de Vila Flor, é certo. Da história actual sei o pouco que recomenda me cale. Mas, na esquina do «Paço», lá estão, em pleno, as armas daquele apelido.
Indo sempre, são muitos os recantos de bem repousar. Como só na Província. Pena é tanto automóvel a emburrar o cenário. Ainda assim, percebe-se, para lá do imediato, prolifera a pacatez, um tempo menos apressado.
E imenso para arranjar, polir, rechear, habitar, imenso para fugirmos da maluqueira que grassa por aí. Vila Flor: outra praça forte da nossa paz um dia, se Deus quiser.