Será o fim de MACHADO, JA?
Depois de tantos anos... nim! A escrita vai mal com obrigatoriedades, a literatura tem regras, resta saber quais.E há o neto Egas, uma colecção de canetas que urge movimentar, não aconteça a caligrafia esclerosar-se. Acresce o caderninho de bolso, grosso de páginas em branco, definitivamente sabático. Como os dias que me esperam contra a rotina, essa preguiçosa roda de ideias a assorear os estuários da criatividade.
É tempo de emparelhar e armazenar palavras escolhidas a rigor e caladas. De regressar à leitura e mesmo ao lápis dos impulsos e dos repentes. É tempo de pensar, ouvir o silêncio, coleccionar memórias de quem por aqui passou.
O mais é imprevisível. Tanto quanto o nunca e o sempre são, afinal, a mesma medida do nosso duelo com Cronos. Nesta eternidade das horas (ou dos minutos...) que nos estão destinados para compreender e receber a eternidade seguinte para onde, aparentemente, as nossas canetas não viajam connosco.
De qualquer modo, o momento é solene. Até porque - talvez nem todos tenham reparado - é firme o mastro onde tremula a sempre bandeira nacional.