Resposta em duas rodas
Ali muito perto da sua tragédia a perguntar-me, camilianamente, onde está a felicidade? E a pensar, se calhar nem foi preciso mais do que alcançar a fugitiva reforma...
A motorizada vinha com ele a rolar certinho desde a Década de 70, à chuva ou de mangas arregaçadas, debaixo do sol. Coisas talvez não deste milénio em que as décadas ainda não têm personalidade nem a autoridade da História. E damos connosco insistindo em perguntar onde está a felicidade?
Os anos pesam mais uns quilitos. Não sendo um conhecedor, apostaria numa EFS com motor Zundapp que agora já custa a limpar, as costas doem quando a gente se verga e não é fácil mantermo-nos de cócoras, o desperdício - ainda se usam "desperdícios"? - de volta do cilindro, da vela, do carburador. O resto é a polidelazita de todos os domingos, um colher de óleo pelos amortecedores abaixo. Assim, sãos e salvos, chegámos a hoje.
Onde está a felicidade? Provavelmente nessa tarde soalheira de sábado, queimando os últimos cartuchos do Verão. Ele e ela a gozarem a reforma, em passeata com outros muitos como eles. E ela a dar nas vistas, nem uma grama mais, mas que belo porte!..., quase não se lhe nota aquela ruga ali, alguma flacidez no rabo, acolá.