"Portrait"
João-Afonso Machado, 06.09.20
Meu retrato do tempo deitado fora,
ferro cravado
em sangue já descolorido.
(Meigas feições, branco vestido
de jardins de outrora –
tudo foi embora.)
Mas o retrato guardo-o comigo,
em dores de saudade mora
na realidade de tanto perdido
onde o sorriso é o abrigo,
lágrimas de quem não chora.