O lado acrobático das andorinhas
Entretanto, percebi: a minha máquina fotográfica revela-se incapaz de apanhar répteis e batráquios, mais por causa do Alentejo urbano, da correria na Provincia, dos cães à minha frente a desassossegar o percurso. Ficou o meio aéreo. Nas traves da cavalariça, as andorinhas.
Assim vou andorinhando. Roubo-lhes as cores, os hábitos, uma tonteria de voos e piados, espreitei-lhes os ninhos. Em tudo o mundo vai de pequeno a grande.
Estamos em Junho. Depois da intimidade dos ovos. Os passarecos nasceram, cresceram, puseram penas e saíram do ninho. Mal voam, alvoraçam os progenitores (mais por mim; os cães nunca assustaram andorinhas), é uma algazarra na cavalariça. Andam comigo ideias de Spitfires heróicos entre aquelas paredes.
E eu, velhote, apanhei imagens da juventude deste voo insano. Como é de agora, obviamente sem gravata. Oxalá, pejados de medalhas nas missões que se lhes destinam.