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MACHADO, JA

A minha escrita, a minha fotografia, o meu mundo

MACHADO, JA

A minha escrita, a minha fotografia, o meu mundo

O cabalístico nº 44

João-Afonso Machado, 24.05.15

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Não registam os anais, de certeza, outra cela mais conhecida do que a nº 44 do Estabelecimento Prisional de Évora. A História não se faz de acasos, toda ela são misteriosos, por vezes antagónicos, encaminhamentos. Como o que levou Afonso Costa a abandonar velozmente, na madrugada de 4 de Outubro de 1910, o "Quartel-general" da Revolução republicana, num coupé de praça, e a esconder-se no Hotel Central, ao Cais do Sodré.

Alguns tiros de pistola, disparados lá para as bandas de Alcantara, foram o bastante para que o heróico caudilho sustentasse ter sido ferido, necessitar tratamento. Examinando-o, o médico republicano Malva do Vale (o único membro do Directório do PRP presente na Rotunda) «declarou sarcasticamente que ele só tinha no corpo um buraco de nascença e natural».

Os factos e as fontes constam da obra (ed. de Autor) de Eurico Carlos Esteves Lage Cardoso sobre Afonso Costa.

Malva do Vale conhecia bem a "ética" da peça com que lidava. Mas ignoraria que o coupé em que ela fugira era o nº 44...

E 88 meses depois - 2x44 penosos meses depois! - Afonso Costa abandonava definitivamente a governação portuguesa, rumando Paris, o eldorado dos nossos auto-exilados republicanos.

Moral da história: se vais tão depressa, vais dentro.

 

 

 

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