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MACHADO, JA

A minha escrita, a minha fotografia, o meu mundo

MACHADO, JA

A minha escrita, a minha fotografia, o meu mundo

O abraço do tenente-coronel

João-Afonso Machado, 15.06.15

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O facto é absolutamente real: em pleno Rossio, onde em 5 de Outubro de 1910 acantonavam as tropas da Monarquia, o tenente-coronel Sande, de Caçadores 5, já o Regime morria (envenenado pela política, apunhalado pela Carbonária), partiu a Bandeira, atirou a espada ao chão e correu de braços abertos para a multidão.Exactamente como se perfilaria diante d'El-Rei, brilhando douradamente em dragonas e botões, se a sorte das armas o mantivesse no seu juramento de oficial do Exército.

A leitura do Diário dos Vencidos, do sempre nosso Joaquim Leitão (reedição prefaciada por V. Pulido Valente), é triste, revoltante, risível, apaixonada, credível... e estimulante! Por ela se alcança perder não é o fim, os ideais não morrem, de resto, e há certos intervalos servindo excelentemente a saúde. Ou a sanidade da Nação, tiranizada pelo Partido Democrático, pela UN/ANP e pelas desinformação e corrupção actuais. E, ainda por cima, ideologizada pelos temíveis "nacionalismos". Um horror vascular, hepático, pulmonar, renal, curto-circuitante, enfim.

Não sejam estas palavras interpretadas como de propaganda. Disso (da propaganda) nasceu a República depois desnudada no seu ridículo por tantos da escrita isenta. Nós somos o que quisermos ser. Em cada sala, a bandeira de cada um: a sua soberania. O mal está na esmagadora ausência de bandeiras. E não é o mal senão desses absentistas e do seu quotidiano obcecado por sobreviver e destituido de amanhãs.