Nova Lisboa
Iria já no rol dos do crisma e só dificilmente se lhe augurava nome lusitano. Menos ainda voltaria ao tempo de Ulisses... As gentes de lá muito contrariadas e Lisboa, esperneando, a fechar-se à chave. Logo de manhãzinha, nove horas, cortou o trânsito e as falas, quis-se outra vez magra, sem exuberâncias.
Sussurrante à esquina e apregoando gaiteira nas praças, coisas simples e saudosas na janela de cada um. Era um ponto final nas empanzinadelas de estrangeiros.
Lisboa sob o risco assaz menor de apoplexia. Longe da hipertensão. São onze da manhã e Lisboa ginastica-se, pouco ou nada tuk-tukando. De portas trancadas à multidão plurilingue. Somente a acompanhava um severo grupinho nipónico, espremido, seria a sua lição de artes marciais. Havia no ar um sabor insosso a sushi e, nas redondezas, uma ou outra espinha saxónica. Vamos já na hora do almoço, são quase duas a tarde, e nada mais está acontecendo. A dieta rigorosamente cumprida.
Lisboa é uma nova Lisboa, a velha Lisboa. Bravo, Lisboa!