Mixomatose no Parque
Passava um pouco do meio-dia e o sol com o céu todo por sua conta. O movimento no Parque da Devesa, animadíssimo: adultos e crianças, muita gente a correr, bicicletas, cães, brincadeiras... O costume, num domingo bem disposto.
E junto ao carreiro pavimentado, da parte de cima, o coelhito, criação deste ano. Aninhado, depois lento, depois desorientado. Porque estava cego.
A cadela não teve dificuldade em apanhá-lo. E, ao perto, a confirmação do que ao longe parecia evidente: a moléstia já lhe atacava os olhos; as pálpebras avermelhadas, inchadas, uma película lentamente a cobrir-lhe a vista... É a mixomatose.
Deixará de comer, definhará e nem forças terá para se mexer. E, o que é pior: a doença é terrivelmente contagiosa entre os demais da espécie. Estão muito em risco, os coelhos do Parque.
Peguei no desgraçado bicho e avistei-me com um vigilante. Expliquei tudo. Disse-me que falaria com os seus colegas e elaborariam «um relatório». Depois seria com os «engenheiros »... Oxalá estes se lembrem de auscultar os veterinários!