"Meio-dia"
João-Afonso Machado, 17.02.19
Doa-te o frio todo das pedras do tempo
e, por um prato de sopa,
os muitos anos de flauta.
Ingrato! – segredas sem aparato,
- Ingrato modo de vida
suja, malditas moedas,
assobios de sempre sem pauta.
E soando depois o meio-dia os carrilhões da torre
como a dizer – faltam os tostões? -
é boa hora, não almoçando saboreia a agonia,
e sai tropeçando, vai embora e morre,
segue-se a outra música, mais alegria.