Lá nas alturas
Há aviões a mais no ar: aviões que desaparecem sem deixar rasto, aviões abatidos por mísseis, aviões simplesmente protagonistas de avarias e quedas. Foram muitos os casos este ano. Parece que o céu se igualou à floresta virgem, aos meandros sírios e iraquianos ou às estradas portuguesas. Quando é, são muitas dezenas de vidas de uma vez só. E já não é só de vez em quando.
Em suma, está definitivamente posta em causa a confiança no tráfego aéreo. Algo com que temos de aprender a lidar...
O pior é o resto, o principal: as pessoas. Os infelizes que viveram derradeiros minutos (queira Deus, tenham sido pouquíssimos minutos) de horror. E os seus familiares, os milhares ainda agora a sofrerem a incerteza, a perda e a revolta. Os números escandalizam, assustam, fazem-nos pensar, sim ou não?... - havemos de embarcar. Será que ocorre cada número é um ser humano, uma vida perdida ou amargurando os familiares, o número que ninguém quer mas todos podem ser?