Homenagem a um Artista
Conhecemo-nos em Gijon, num encontro luso-asturiense em que se saboreou a literatura e o fado. Duas especialidades em que o meu editor Daniel Gouveia dá cartas. Era a guitarra de Sidónio Pereira que embalava a sua voz de fadista. Foram algumas noites bem vividas, entre jantares e música de primeirissima qualidade que os de cá levaram lá.
A simpatia e o bom humor do Sidónio contagiavam. A amizade surgiu naturalmente. Recordo-o já não sei se tocando ou se arrastado pelos acordes que saiam dos seus dedos de modo que parecia não parar.
A despedida, no aeroporto, ficou selada com um "até breve". Porque não demorariam outras incursões nas Astúrias. O normal, entre todos nós, é nem pensarmos que o Tempo - esse facínora - põe e dispõe, em tudo manda.
Sidónio Pereira morreu esta semana (soube-o ontem) na sequência de um acidente vascular cerebral. Mais uma partida do trapaceiro Tempo... Está agora na eternidade das nossas memórias, além de ocupar a sua óbvia cadeira na Eternidade onde se mantém todas as boas almas.
Um abraço grande, caro Amigo!