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MACHADO, JA

A minha escrita, a minha fotografia, o meu mundo

MACHADO, JA

A minha escrita, a minha fotografia, o meu mundo

É assim

João-Afonso Machado, 02.02.14

Intervalo na largada em dia ensolarado. Vinha contente com o seu desempenho. Vinha sobretudo feliz com as proezas do seu labrador, a cobrar os muitos faisões que deitou abaixo. A terra ribatejana era um pantanal e agarrava-se às botas, barrenta, escorregadia. O posto seguinte ficava umas dezenas de metros além e para lá se encaminhou, o cão na sua peugada, disciplinado e tranquilo. Daí a minutos recomeçará a função. Ainda voarão e tombarão muitos faisões. Porquê? Porque o Homem caça, como também quase todas as outras espécies caçam e vivem do que caçam. Mais não seja, quanto à nossa, nas montras dos supermercados.

Aquele bocado de Ribatejo rejubilará nos próximos dias: as gentes recordando o gozo da manhã de tiros e saboreando os faisões no prato; as raposas e as aves de rapina banqueteando-se com os que apanharem na distracção de quem não aprendeu rapidamente os inconvenientes da vida em liberdade; e os mais expeditos gozando essa mesma liberdade que o destino lhes quis dar. A Natureza em nada foi prejudicada no seu equilíbrio. De uma forma ou de outra todos - homens, predadores carnívoros e aves caçáveis - sairam a ganhar.

É justo.