"Da ternura"
João-Afonso Machado, 11.04.19
O vento calado da ternura,
o tempo esfumado, dias de um continuado adeus!
a não parar, cresce
saudade e sempre rejuvenesce,
olha para trás os seus
e talvez diga sim
a Deus.
Mas vive a carne, o espírito vive, vivem memórias, tantas histórias,
rancores,
dores!
E, no fim,
o cabelo branco, o bigode assim,
onde quer que passeie
o meu pensar
ele, só ele, sente magoar
um sinal alarmado
(minha ternura, minha fé pura)
- este cabelo, este bigode voam mas ninguém diz, nem pode,
que o mundo é acabado.