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MACHADO, JA

A minha escrita, a minha fotografia, o meu mundo

MACHADO, JA

A minha escrita, a minha fotografia, o meu mundo

Caro Zé! - espera só mais um ano

João-Afonso Machado, 24.05.20

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Para este escrito fui buscar uma das minhas canetas de eleição. Uma peça rara. Assim ela cumpriu e correu no papel sabendo falar do que me vai na alma. Qualquer coisa como 48 anos de obscurantismo, - uma ditadura, um 25 de Abril resultante dos quilómetros e do acaso. O reencontro com a democracia - caneta metafórica! -  a tal que não ignora os paradeiros.

Sou um gongórico!

A minha caneta também, carregada de tinta do tinteiro que vinha no estojo, mais a beleza de uma sinfonia CD do Mozart. À grande é assim, presente de amigos de sempre. No caminho para onde vão os meus anos, a dita caneta dormirá no meu bolso. Velho, engravatado à inglesa, resmungão e pouco dado.

Sou um gongórico! Já se percebeu porquê.

Por tão rebuscada introdução só para só para contar, há dois ou três dias reencontrei um amigo, no fim da tal longa noite fascista. Tão somente.

Ele veio cá em serviço. Almoçámos. Vale a pena acrescentar, o seu gosto ia para o branco seco. Eu opto sempre pela casta moscatel. No mais, a politica é uma velha sem conversa. O Reino (de ambos, e nisso só) foi mandado pela gastronomia e pelas memórias.

Falou-se de quase tudo, o tempo era curto, Lisboa no hemisfério sul. Trocámos livros da autoria de cada um. E fizemos como o zé-povinho perante o Sr. Covid19 - um manguito, leia-se, um grande abraço final. Nenhum tinha tossido..., e ambos estávamos com vontade de comer. Deus quererá - em próxima ida a Lisboa, uma festança daquelas.

A minha caneta, pouco habituada a grandes lavores, diz-se cansada. Vai daí, - até breve meu velho!

(Só mais um pingo, caneta, - a lampreiada não fica esquecida, é por minha conta.) 

 

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