Arraiolos
Quando chegámos à terra dos tapetes mágicos fazia-se já tarde. O castelo em forma circular, dizem-no ímpar em Portugal, ficaria para outra altura. Àquela hora, todos os caminhos nos levam cá abaixo, ao centro da vila. Vamos por eles.
É um estranho mundo branco com riscas azuis, quase apenas. Não se vislumbram arruamentos largos e ruídos, mas muitas andorinhas. E a terceira idade, descansando ao anoitecer nas pedras já frescas, uma conversa que é pouco menos de um silêncio. Enfim, a Praça do Município, gastando das mesmas cores.
Fomos direitinhos à esplanada, iamos acabando o stock local de águas minerais. Ali pastámos qualquer coisa, era o último de alguns dias com muitos quilómetros. Enquanto tal, os pormenores arquitectónicos vizinhos saíam-nos ao caminho.
Sentados, iamos deixando as máquinas fotográficas fazerem o seu trabalho. Que era bastante.
E lá ao fundo, aproveitando este entusiasmado princípio de Primavera, duas miúdas nos degraus do pelourinho faziam horas extraordinárias na resolução dos seus decerto gravíssimos problemas. Depois, também elas partiram.
A noite tornara-se adulta. Era tempo de um descanso que o levantar cedo do dia seguinte exigia. Debandámos.
Não sem antes um derradeiro retrato do castelo misterioso, esse que reclama por um dia todo em Arraiolos. Ele está prometido, numa próxima incursão ao Alentejo.