É o fim das pensões e albergarias
A partir de hoje tudo muda. Tudo? Espero bem que não. A legislação - obra governamental, sem dúvida - extinguiu os móteis, pensões e albergarias, mas a notícia não é exactamente clara. Tudo indica, porém, que a tais estabelecimentos, além de lhes ser proporcionada uma hipótese de reconversão qualitativa, aceita-se ainda mudem o nome. Isto é, adoptem a designação de alojamento local.
Ora, tornam-se-me sempre suspeitas estas movimentações para trepar nos preços. A pensão que me espera no veraneio anual está muito bem, com o soalho rangente e as velhinhas de há tantas décadas, a fazerem-me sentir um rapazito. Não, dispenso o extintor e as mais modernices, contando que não bulam na diária. E o mesmo se diga quanto aos muitos sítios onde vou pernoitando nas minhas deambulações Pátria fora.
Se, todavia, a questão é meramente nominativa, esteja o Governo à vontade. Pela parte que me toca, tanto posso chamar-lhe cego como invisual. Desde, é claro, não venha pedir essa esmola a norte da Serra do Caldeirão.