Guerra civil no Brasil
Não é com especial entusiasmo que irmano estas duas bandeiras, dignos símbolos da desdita dos nossos povos. É por isso mesmo, por me lembrar dos ciclos de desgraça ligados à sua História: a dos portugueses de Oitocentos, rumando o Brasil em busca de fortuna; quantas biografias de sucesso, quantíssimas de dor e fracasso?! E a outra vaga, pós Revolução abrilina, de tantos a protegerem, ou a refazerem, a sua fortuna, - a sua fortuna, sempre...; ou, simplesmente, empurrados, País fora, pela sanha persecutório-vanguardista... E, por fim, o movimento inverso: o dos brasileiros dos dias de hoje, fugidos à miséria ou... à guerra civil.
Exactamente, à guerra civil. Larvando há anos, e ora em estrondosa deflagração. Um conflito onde, ao menos, parece muito clara a destrinça entre os bons e os maus. Por isso, condimentado com uns pós de empreitada policial. Mais as centenas de militares e as dezenas de tanques e os helicópteros vigiando os céus. Ontem a bandeira da República brasileira foi hasteada no topo da favela do Alemão, empolgadamente, como se em Iwo Jima.
Ainda falta morrer muita gente. Os morros cariocas são como as montanhas do Afeganistão. S. Paulo à parte. A culpa é do Mundial de Futebol e dos Jogos Olímpicos - por não se agendarem mais cedo no Brasil...