Cai o pano
É a nossa hora difícil, todas as semanas. O sol desce no horizonte, nesta tristeza de Semana Santa, a querer que acreditemos, ressuscitará. Pois sim, mas só no próximo fim-de-semana... Até lá, tornaremos à política, à crise, ao trabalhinho que nos sustenta. A barra talvez perca a compustura e, se já não é a assassina de outras eras, ainda obriga muitos desgraçados a segurarem-se nos bordos das embarcações.
Nas margens, os reformados e as suas canas-de-pesca. Mais umas lascas de futebol e as privações do dia-a-dia servindo de engodo à conversa. Para o interior, onde a cidade é evidente, são os escritórios, as repartições, as empresas, os telefones. Entre os rurais, o que S. Pedro e a meteorologia quiserem. Por todos os cantos, nós todos, resignadamente perfilados ante a rigidez do quotidiano. Até ao soar das ansiadas badaladas, lá para a tardinha da próxima sexta-feira...