Em cima do acontecimento
Este é o momento em que o Onassis dos Orientes desembarcou nos Jerónimos para deixar duas lágrimas junto ao túmulo de Luis Vaz. Estão lá, também - não no dito túmulo - as entidades oficiais portuguesas e, deste lado, algumas dezenas de chineses que gritam guturalmente, não se sabe o quê. Como não ouvi palmas, uma de duas: ou a ovação não é tradição deles, ou a berraria era insultuosa e a nossa polícia não se apercebeu.
Entretanto, assistimos todos à detenção de um chinoca magrinho, cercado de cabeças rapadas e enfiado num automóvel negro que logo arrancou de sirene desenfreada. Era, constou, um apoiante do pérfido Chiang Kai-shek, ditador de Taiwan.
Já os garbosos cavaleiros galopam - não para defender a Pátria do imperialismo extremo-oriental, mas, justamente, para lhe dar as boas-vindas. Nesta tarde tão amena, detectam-se ainda, perfeitamente, diversas bandeiras das Repúblicas presentes e convidadas: a portuguesa a chinesa, as africanas (Togo, Camarões, Gana...). Cada qual a mais popular.
A tocante cerimónia deve estar prestes a findar. Seguir-se-à a apreciação da nossa mercadoria. Oxalá o poderoso Hu Jintao não dê o seu tempo por perdido.