Monárquico, centristas e socialistas
As minhas habituais deslocações ao Porto revelam uma cidade diferente. Sobretudo uma cidade expectante face ao que será a época pós Rui Rio.
Ao longo de todo o período que antecedeu as eleições limitei-me, por razões que agora não importam, a manifestar o meu desapoio à candidatura de Meneses. E sobre Moreira tenciono continuar a nada dizer além de um breve comentário acerca da interessante parceria estabelecida entre um monárquico apartidário - Rui Moreira - e um socialista, por acaso antigo secretário de Estado num Governo de Sócrates - Manuel Pizarro.
É essa aliança que, justamente, estará na base da curiosidade dos portuenses. No que tudo irá dar?
O CDS - inteligentemente assumindo a sua preferência pelo candidato Rui Moreira - sorri agora amareladamente ao ver-se ultrapassado na vereação pelos socialistas. Estes já se guerreiam entre si, os adeptos do acordo efectuado por Pizarro e os discordantes do mesmo.
Pizarro, por seu turno, demonstrou independência de espírito, esperando-se tal signifique o seu empenhamento na resolução do futuro da cidade.
Em suma: um independente sem qualquer experiência de manuseamento com as tricas partidárias; um socialista a braços com parte bastante dos seus correlegionários avessos à sobredita aliança; e o CDS talvez desiludido, tomado por um incómodo sentimento de secundarização. Assim decorrerão os próximos anos de gestão camarária do Porto. Esperemos que bem.