Casa da Juventude
Recordo-o um edifício bem proporcionado, revestido a azulejos verdes. No piso de baixo funcionavam o ginásio e os balneários, no cimeiro as salas de aulas. Nunca o frequentei porque, chegada a altura, V. N. de Famalicão dispunha já de liceu e, em família numerosa, o ensino público afigurava-se claramente mais vantajoso...
Era o venerando Colégio Camilo Castelo Branco. Não sobreviveu ao período revolucionário abrilino e naquele casarão instalou, então, o PCP a sua sede. Em Agosto de 1975 um concelho em peso, farto da tirania cunhalista, plantou-se à porta do velho Camilo disposto a salvar a democracia (sim!, isso mesmo, como o Ocidente pluralista a concebia). Houve duas mortes: um rapaz da vila, de não mais de 19 anos, enfermeiro; e um agricultor quarentão, de uma freguesia periférica. Os tiros assassinos foram disparados de dentro da fortaleza comunista e a tropa de Braga estava lá entricheirada, ao que parece vinda para proteger a rapaziada de Esquerda.
Sobreveio o abandono e a ruina, durante décadas.
Ultimamente, foi a sanha reconstrutora em volta daquelas fachadas já podres. E assim nasceu a Casa da Juventude. Ao inaugurá-la a semana passada, o Presidente da Câmara pouco mais disse além disto: «jovens - tomem, é vossa».
«Eleitoralismo» bradarão os oposicionistas. Talvez. Mas quem não faria igual? E quem teria capacidade para chegar lá - à obra, finalmente iniciada e concluida, depois de tanto os anos de silvados e rataria?