Está magnifica, a cidade!
O Porto está uma sorridente cidade de cartazes eleitorais, cada qual mais promitente, mais juvenil de pose e convencido da vitória do retratado. Será mesmo caso para julgarmos, desta feita não haverá perdedores, à boa maneira das conclusões comunistas no regresso da cada ida às urnas.
Com uma excepção, é claro: o grande perdedor será o Porto. Disso não tenhamos dúvidas.
Desde logo porque os candidatos piores vão levar de vencida os menos maus. Que bons é do que a cidade carece.
E depois porque do generalizado festival de promessas, fica apenas a certeza de quanta aldrabice povoa a feira autárquica. Quanta - em quantidade; e quanta - em qualidade: a gente lê os jornais e ri da criatividade dos candidatos. É o eufórico regresso da banha-da-cobra, das mezinhas para todos os males, da comichosa busca de cada concorrente por todos os recantos onde possam descobrir um canteiro mal plantado ou uma bica com água imprópria para consumo. Que eles, ganhando, reporão em funcionamento.
(Já agora, se posso alvitrar, que tal uns flamingos no Parque da Cidade?).
Enfim, a campanha eleitoral afigura-se de estalo e mui vantajosa para os comerciantes da zonta antiga. Como judiciosamente comentava um deles, já lhe tinham entrado no estabelecimento, esse dia, mais concorrentes autárquicos do que clientes.
É certo que aqueles por regra só deixam esferográficas: mas com uns ditozitos de apoio ainda se abalançam a qualquer comprita, duas ou três maçãs para roer no resto da arruada... Aproveite-se.