Desilusões
A notícia de que, ontem, muita, muita gente se plantou à porta dos Pingo Doce que pululam por esse País acaba por não ser espantosa. Corria um ano sobre a inesquecivel promoção dos "50%". Ninguém a esqueceu, assim como ninguém liga já as promessas, venham elas do Governo ou da Oposição ou de quaisquer grupos de pressão.
No fundo, os portugueses assim manifestaram o seu absoluto desprezo pelo Estado e pela classe política. São muitos anos de mentira, tantos quantos os de alguma credibilidade do Poder Local.
Daí a sucessão de curiosíssimos fenómenos, indo da reeleição de Isaltino Morais até à (intencional ou não) benemerência de Alexandre Soares ds Santos.
Daí o generalizado papel salvífico desempenhado pelas autarquias.
Daí tenhamos percebido que urge sobreviver. Desenrascarmo-nos. E daí, também, a folclórica militância dos sindicalistas Avenidas da Liberdade fora...