"Limbo"
João-Afonso Machado, 23.05.12
Tarde morna de muitos dez minutos
e pernas sem pés,
diminutos andares sem rumo
nos vagares dobrados, quebro o prumo,
ânsia tanta de outros ares.
Tarde cega de poente,
passeio mudo de cores,
negrura de gente.
Desejo e dores,
tudo não sente nem grita de esquecimento.
Sequer alguém imita
o forte arrepio,
o medo da morte,
um nobre momento
- o sofrimento.