Duas perguntas matinais
Ele está lá e não larga o lugar, nas primeiras páginas dos jornais. Por uma mão cheia - ao que parece uma grande manápula - de ouro, Duarte Lima terá irremediavelmente dado cabo da sua vida.
Assisti ao seu regresso a casa, para onde o mandaram com uma trela presa ao pé da cama, em mais um "directo" televisivo. Essa, de resto, a primeira pergunta do dia: porquê esses "directos"? Será assim importante para os portugueses a confirmação imagética da prisão domiciliária de outro arguido de "colarinho branco"?
Ainda com a memória na dita reportagem e nos imensos 400 m2 do 11º andar em que se instalou o sonho de grandeza de Duarte Lima, o derradeiro porquê? da manhã: porquê, Duarte Lima? Talvez bastassem a música, os livros, a intervenção cívica. E, por preço assaz inferior, Mirandela. Situada a cota orográfica obviamente superior à do 11º andar, e inegavelmente mais próxima do Céu. Onde por muito menos se comem muito mais e melhores alheiras do que as do Gambrinus.