"Ribeiro meu"
João-Afonso Machado, 25.04.12
Lavrado na terra verde. Era o desenho
dos salgueiros a falar
o dia todo, o engenho
das águas sem turvar
e o rumor da aragem a dançar.
Esquinado de granito. O recorte
das sombras coloridas
de primavera e verão, transporte
das tardes e das vidas
já só quase nascidas.
O sonho da distância. E do sabor
da maresia, insondáveis fundos
de oceano e temor,
ribeiro meu, espantosos mundos
de velas, peixe e remar fecundos.