This is the end, my friends
Faleceu. Nas derradeiras horas de 2020, depois de uma vida inteira de escrita, faleceu MACHADO, JA, no conforto do seu computador, o qual - é de realçar - há longos meses o vinha apoiando sem lhe massacrar o espírito, um bocadinho que fosse.
As suas muitas canetas e esferográficas, todas contempladas no testamento, tém já competências e responsabilidades atribuídas, e assim livres do abandono, prometem o melhor desempenho e a continuidade do seu múnus.
Só o velho Borgward se revelou incapaz de acompanhar os tempos. Sucumbiu também, como símbolo emérito de uma época que jamais passará, esses sonhados idos em que as pessoas eram de carne e osso, e não manipuladores manipulados da tecnologia.
Cerimónias fúnebres, MACHADO, JA resumiu-as todas quando, antes de exalar o último suspiro, parafraseando o grande, mas incompreendido, Jim Morrison - «This is the end, my only friend, the end». E essa célebre ode à finitude foi ouvida completamente, com excepção de um pequeno trecho, menos simpático. Ainda houve quem criticasse MACHADO, JA pelas suas propensões censórias. Engano: ser politicamente incorrecto é isso - o contrário das finesses de barbeiro do pensamento actual.
Que descanse em paz. E o Borgward (Isabelle) também.