"Futilmente"
João-Afonso Machado, 23.11.20
Sem expressão lançou ao fogo
as rimas que lhe havia escrito
a mão de sempre
sempre a rogo coração.
Logo o proscrito de tudo sabendo
partiu,
ninguém mais o viu, salvo o rapazito
- onde vais? – E ele num rumor,
- Há fúteis tais?,
se nem me capacito o amor
seja esta dor ardendo
e reacendendo por quem me queimou
como inúteis jornais.