Lamento, foi pena...
Haveria sempre Verão, se continuássemos a remar. Seria de águas negras, talvez, estéreis, porque onde falta a limpidez surgem as distâncias impossíveis. Daí a desistência, antes mesmo da ponte mais próxima, desse abraço que se dão, enfim, dois lados até aí desamparados.
Por isso eu teria prosseguido. Contra a maré, lutando para que o Tempo não nos levasse na corrente, o adiante estacasse e o Verão permanecesse na próxima margem, lugar acolhedor de todas as aventuras. O cais de uma longa cabeleira que urgia sentir nos dedos. Como ponto de partida para toda a bonomia da loucura, o areal esquecido e o mundo reduzido à ausência de limites nessa tarde inteira.