Quase, quase sem munição nem víveres
Já só queria acabar a corda da caneta, deitar fora a carga quase finda, e prosseguir em outras ideias mais voltadas para amanhã. Absolutamente à sorte, cacei uma fotografia: Viana, já esqueci em que ano, - não, é claro, a estação, com um mar assim adormecido só no Verão. Talvez tivesse trovejado esse dia, as baterias pareciam no ponto de descarga. Num céu quieto que mandou parar o vento. Pensei: eis aí a minha oportunidade de velejar, sob a inocência da brisa escondida. Mas permaneci de pedra no meu posto de infantaria.
Gozei as cores e a ausência de piratas. Canhões só mais logo, assim a tempestade mandasse soar as trompas. E fui ficando sempre.
Mesmo porque a carga da caneta não se calava. Era de repetição. Parecia querer-me naqueles esquisitos azuis, em cinzentos de ameaça e uma simples vela branca enfrentando a multidão de ar e liquido.
Coisa estranha, a fotografia! Onde a gente é capaz de ir buscá-las, a idos remotos que a paciência já não consegue arquivar! Viana, igualzinha aos amenos portos do sul.
E ia eu por aqui fora quando, enfim, a carga começou a arranhar, escrita fininha, o derradeiro suspiro, a dizer chega. Que aflição!, hei de alcançar o termo do parágrafo, se a brisa, se o calor..., será o Pacífico?, a morte dos mareantes pela sede, havemos de sobreviver, olha!, não há muito mais, mar lindíssimo, águas de algodão, espera aí caneta, só mais esta, espera, havemos de voltar a Viana. Algum dia!
Assim logrei não me afogar sem antes testar a favor de quem me leia.