Nesta primeira madrugada de Abril
Fugi. Rompi o cerco e fugi. Estava farto de confinações. Lá estudei o mapa, evitando o encontro fatal com os sitiantes. E, na escuridão, que frete aquelas estradas secundárias, empedradas, encaracoladas, parecendo nunca mais chegar a uma certa aldeiazinha beirã!
Enfim, arribei, a tempo de uma malga de leite e do excelente pão da terra. Depois fui descansar. Trouxe o mínimo, mas não tive coragem de abandonar Pio, o canário, aliás a cantar agora, entusiasmado, a gaiola na varanda ao sol.
Resta uma ocupação que garanta a minha subsistência. Ainda pensei numa pet shop, mas para estas bandas melhor seria um negócio de cabras ou ovelhas... Faltam-me o estábulos, porém. Lembrei, então, porque não caçador profissional? Alimentando uma aldeia inteira, protegendo-a das feras: os javalis, os lobos, e por este andar, qualquer dia, os linces também?
Estou nesse plano... Até lá, abundam os convites para a boa mesa e trouxe que ler. Ah!, já esquecia, perguntei repetidamente, mas todos desconhecem o Covid19. Aos forasteiros a aldeia não interessa, nem sequer tem TV Cabo.