"Conversa primaveril"
João-Afonso Machado, 04.03.20
Falou palavras como só as pétalas exclamam cor
e amanhã, inaudível sorriso de uma corola inquirida.
- Que sim - e chamou-lhe amor;
- Mas não – seria em vão
qualquer corrida, um gesto irascível.
- E então, a conclusão? – quis saber.
- Então desenrola o tempo, deixa-o viver, - volveu a flor
tocada na brisa – mais não precisa a nossa eternidade
senão de abelhas na primavera
zoando, polinizando,
gozando a sua felicidade.