Hoje, um dia triste cá na terra
A equipa viajou até Lisboa onde foi derrotada no último minuto do jogo. A equipa encheu o peito para vencer o Benfica aquando da sua recepção em Famalicão. Empatou. Porque lhe subtraíram um golo mal anulado. Deste modo a meia-final não seguiu para bingo.
É assim a vida longe das grandes máquinas ditas desportivas. Muito carregada de ilusões, amargurada por outras tantas desilusões. O jogo de ontem traduziu com exactidão a velha realidade da águia imperial trucidando os pequenos reinos livres que não prescindem da sua liberdade.
(Uma águia - imperial - que vem voando da Roma antiga, em círculos sobre o poderio germânico e a imensidão russa, com uma cria futebolística abandonada em Benfica.)
A hoste azul e branca famalicense fez o que pode. A lembrar os velhos ricos-homens de Ribadouro, ou mesmo as populações minhotas sublevadas... contra a águia de Napoleão.
No camarote de honra o tirano Vieira protestava, no maior desprezo pelo seu homólogo e anfitreão. Por pouco, um adepto não lhe pôs as mãos no gasganete - não fora a intervenção do dito anfitreão e homólogo...
Perder com mais dignidade não é possível. Em outra batalha contra as oligarquias que são as repúblicas cesaristas. Pelas nossas ruas não corre vergonha alguma: somente tristeza e talvez alguma revolta, afinal pelos dedos de quem o sonho não se tornou realidade?