Às voltas com as leis da Física
Guimarães, entre o tempo e a extemporaneidade. As leis da gravidade e as pernas para o ar. Guimarães, minhota, uma imagem da vida provando todas as cores possíveis do céu.
A evidência e a opacidade, tão subitamente acontecidas quanto o dia e a noite. Ou a excelência e a bestialidade.
Não há como fugir ao poderio dos humores. Logo de manhã, no tribunal de Guimarães, as nuvens carregavam escuramente de justiça retaliadora. Depois tudo azulou, sobreveio um inesperado perdão. Os magistrados e os advogados, boquiabertos, gozaram o alívio de uma diligência judicial assim abreviada. Agradeci a Guimarães, terra de Santa Maria, a dádiva de um regresso mais cedo.
Porque tudo só em Guimarães. Cá fora, as horas e as atitudes têm o seu sinete. Lacram a vida. Ainda que chova de baixo para cima e os tons oscilem, um gesto é uma voz mandante.
Uma voz com eco repetindo-se na infinitude. Tenho para mim, sem jamais regredir. A não ser em Guimarães, terra de Santa Maria.