Ao cimo da Rua da Madalena
Na verdade, um poeta tem de chegar lá e lançar-se em toda a sua timidez para o meio das vozes. Sorrindo, deixando o seu mundo circular por tantos sistemas solares em redor.
É um momento de cometas e tangentes. Musicado, bebido, melhor seria dizer embebido em vinho. Também mastigado com palavras e bolachinhas. Afinal, os presentes provém todos da escassa superfície terráquea, a conversa flui. A um canto a música regressa e expressões autorizadas tratam devidamente os versos produzidos, nesse momento grave de um poeta se confrontar com o eco de si mesmo.
Há abraços e agradecimentos. É fundamental haja sinceridade. Porque a sala deve pulsar como o mais saudável coração, no topo de uma linha tão comprida como o futuro - em que um poeta quererá rebolar o seu mundo.