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MACHADO, JA

A minha escrita, a minha fotografia, o meu mundo

MACHADO, JA

A minha escrita, a minha fotografia, o meu mundo

Vendendo o meu peixe

João-Afonso Machado, 29.11.19

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São madrugadas de cortar à faca, tal a friagem. São o meu calvário, de Famalicão à Póvoa, num banco de pau, a carruagem quase às moscas, os carris ecoando-me nos ouvidos. Tudo para, ao alvorecer, um baú de lata nos ombros, não perder a lota. E depois a cruz sobre os ditos meus ombros - de lata e carregada de gelo... - o negócio a calcar-me os ossos, com todo o meu peixe, o peixe que vendo.

É a minha vida, o peixe fresquinho cá na terra, a bordo de um carrinho de mão espaçoso e com rodas de bicicleta. Lá dentro, em tabuleiros encastelados, a solha, o linguado, o pregado, em dias de fartança algum rodovalho. O meu peixe é como as folhas de um livro de sermões, desses que nos ensinam a ser pobres. De porta em porta, de rua em rua...

Assim vou sobrevivendo. De sonhos, também: da enorme epopeia que seria vender as minhas solhas, os meus linguados, em lugares mundo fora.  Onde o comboio me levasse, na 3ª classe em que nasci, bancos de pau, varandim gingão, fuligem por mim todo, no rabicho da cobra fumegante. Entre milheirais e lameiros, um aperto de medo a cada ponte que passássemos, e a janela aberta para o peixe respirar, com os morcões dos outros passageiros a reclamarem do frio.

E, quem sabe?, eu a calá-los com umas solhitas menores vendidas a preço a que ninguém diz não...

Fosse a lata de outras dimensões, mais possantes os meus costados, eu alcançaria Lisboa, até. Corria a cidade desconhecida e, mais não fosse, trocariamos peixe: o meu pelas sardinhas de lá.

 

"O negócio dos 17 mil contos"

João-Afonso Machado, 28.11.19

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Foi uma conversa de antigamente essa manhã na caminheta. Daquelas como já não há, carregada de temas e termos ultrapassados, sobretudo no tocante a valores monetários em curso. Um falatório danado, quase a enlouquecer o Sr. Malafaia, de cigarro entre os dedos a girar o volante do veículo, um autêntico leme de veleiro, e dos grandes.

Na aldeia, a velha quinta brasonada, já ameaçando ruína, de longa data esperava um comprador dos seus musgos e silvados. O caseiro debandara com a família toda, cansado de um telhado seu telhas a liquefazer, na invernia, o que sobrava dos idosos ossos da Mulher; e farto, também, de uma terra ora sáfara, ora alagadiça em extremo, dando a comer poeira ao gado, ou então atolando-o em lama de onde só saía a reboque.

Em vista disto, o proprietário que vivia lá para Braga e raramente aparecia, decidiu vender a quinta. Mas sempre na mira de um bom negócio. Enfim, do melhor negócio possível, atentas as circunstâncias… A novidade, nas caminhetas, consistia, precisamente, no interessado que de Lisboa surgira.

Logo a gente próxima se foi chegando aos muros e ao portão da quinta, na mira de apreciar o ricaço da Capital, chegando em algum desses automóveis à CR7. Tão notável personagem, em breve seu vizinho.

Em boa verdade, nunca alguém o viu. Depois de uma visita-relâmpago às terras, e um olhar compadecido sobre tanta pedra em carne viva, o assunto passou a ser tratado entre advogados, devidamente acolitados por insuspeitos avaliadores. Não fora uma ou outra inconfidência, não se sabe de quem, as caminhetas viajariam num silêncio de unhas roídas.

Por isso, algo constara: que o lisboeta se dizia enamorado pela quinta; que a queria como se quer a mais bonita mulher; e que por ela estava disposto a pagar “17 mil contos de reis”, afirmava esganiçadamente a Tininha, seca como um caniço, a mais persistente nestas investigações de caminhetas.

O resto eram conjecturas; afirmações resultantes do calor da argumentação.

- Ele dá 17 mil contos mas o Sr. Beça não aceita – proclamava a Tininha – Quer para cima, muito para cima.

- Aceita, aceita, mulher! Para que está você com essas coisas? A terra hoje pouco vale, a casa a cair… Qualquer dia ele vai mostrá-la aos de fora de catana nas mãos, tanto é o mato e os silvados. Isso resolve-se depressa.

- Que quê?! Já lhe disse que o lisboeta meteu a viola no saco. Disse-me o compadre. Os 17 mil contos não chegam, está ali uma quinta que vale muito mais – E a Tininha rematou a sua prelecção com um dito de alto lá com o charuto – Por isso o negócio não se consumou.

A discussão seguiu em frente, sem fim à vista. Ou melhor: o Sr. Malafaia, desesperado, ansiava apenas chegar à Vila, era dia de feira, a ver-se livre de tais gralhas.

- Ele não vende, o negócio não se consumou!

- Consuma, consuma, mulher, o lisboeta fica-lhe com a quinta.

Contas feitas, perdeu a Tininha o despique. Fora mal informada pelo seu compadre. E nem lera um edital camarário há muito afixado nas grades da entrada – corria já um processo de licenciamento de obras no velho casarão. Afinal, o proprietário, depois de tentar a sua sorte, resignara-se à intransigência do lisboeta e dos seus 17 mil contos. A escritura fora já lavrada e lida no cartório notarial. O Sr. Beça, além do preço do “negócio consumado”, apenas levara consigo um velho alambique, porque o lisboeta lhe dissera não tencionar queimar vinho…

Diga-se, porém, em abono da verdade, os fluxos noticiosos das caminhetas em quase nada se distinguem dos costumeiros rigor e saber de quase toda a nossa imprensa.

 

(Da rúbrica Ouvi nas Caminhetas, in Opinião Pública de 28.NOV.2019)

 

 

Apanhados (XXVIII)

João-Afonso Machado, 26.11.19

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O meu primeiro automóvel, adquirido em ALD em 1989! O Fiat Uno, na sua versão mais modesta, com quatro velocidades e sem um rádio a pilhas, sequer. De cor branca, fez comigo mais de 80.000 km, nunca mudando os pneus. Perguntava-me então um colega de trabalho - O quê? Você ainda tem rodas?!

Tinha. E o pequenitates andava que se fartava (para mim). Quatro anos volvidos troquei-o por outro Uno, mais possante, menos repentino, mas já com a quinta mudança, e uma telefonia com leitor de cassetes e outros mimos que me fizeram sentir ao volante de um topo de gama.

Do primeiro, nada mais soube. Quanto ao segundo, que era preto, cruzei-me depois uma vez com ele, na estrada. Considerei o facto uma extraordinária ocorrência interplanetária.

Se a memória não me trai, o Uno inicial era do modelo 40; o seguinte um 55. Ambos já de uma séria em que o logotipo da marca reduzira em tamanho os quatro segmentos de recta paralelos e oblíquos, manifestamente mais pequenos do que os dos Unos iniciais.

Ainda os vamos vendo por aí. Maturaram, os que não se deixaram abater. Pertencem já ao glorioso contigente dos "clássicos populares".

 

 

"O poema fugidio"

João-Afonso Machado, 23.11.19

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Andei a rondar o poema

malandro, o tema enevoado na miopia da tarde.

 

E o poema a esgueirar-se

embrulhado em fumo sem fogo

ou no ferro que não arde.

 

Já com o breu a dar-se

amacacado o poema trepou cumes

e de vez escondeu o tema

num tronco de vagalumes.

 

Danado poema no que fez a seu tema,

agora só um ronco, nem um lema,

ecoado em pez e azedumes.

 

 

O calado espelho de um estrondo à vista

João-Afonso Machado, 20.11.19

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Elas estão lá, mas nem sempre acordamos nessa sua quietude. O espírito é um cachão de águas revoltas, matadoras do Forrester, o patilhudo que as quis dominar muito longe daqui, onde o meio aquático pára, escuta, olha e cisma mesmo. Querem-se esses dias carregados de torpor e, não fora o frio, alguma cobrita aos peixes, que outro momento de frisson seria impossível conceber.

Em tais águas, corre sem engulhos o reflexo dos tempos. São um espelho, uma autêntica denúncia. Caladas, manhosas, felinas, a lamber as patas para bem sucedidos fins de tarde - sempre paradas, escutando, olhando e cismando. Como um pescador nas suas margens. Obviamente, um pescador em transgressão absoluta de todas as regras que não sejam apenas - o parar, o escutar e o olhar, esses dias cismados em que bem se alcança a derrocada e, mesmo, quais as primeiras pedras a cair, uma nova era está à porta. 

Basta, quietamente, concentradamente, vê-la e ouvi-la chegar.

 

O guarda dos rios

João-Afonso Machado, 17.11.19

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Passaram uns tantos anos. O parque transformou-se quase só em duas voltas à pista, cinco quilómetros em marcha estugada de quem quer contrariar os males de não comer mal.

Sobretudo passou muita gente. Dessa que passa deixando memórias dolorosas em quantas gavetas se guardam no parque, horas e horas delas que, abrindo-se, logo desatam numa rópia violenta de invocações.

O presente tem desses momentos de difícil equilibrio onde as distâncias temporais se embrulham em vozes que já não chamam por nós.

Foi quase uma romagem, o regresso às margens do lago, depois o rio, os açudes, os vermelhos e os amarelos do folhedo ainda em serviço. À espera do milagre de uma garça.

Por então poisou em cima de um caniço um pica-peixe. Dizem-no também um guarda-rios. O mais colorido que a Vida poderia produzir naquelas bandas.

Assim poisou, assim mergulhou ante a visão de qualquer peixito. Depois alou-se.

A tarde foi o pensamento todo no guarda-rios. O qual desaparecia e reaparecia, querendo do cinzento do fim do dia outras cores, um retrato seu. Não talvez da sua elegância... mas, decerto, do azul celeste e do alaranjado que compõem o céu e o poente de todas as saudades sempre vivas.

 

"Uma noite infeliz"

João-Afonso Machado, 14.11.19

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Àquela entrada de leão, digna da mais garbosa bravura minhota, parece ter sucedido algum amolecimento. Eu estava em Lisboa, a hora do jogo aproximava-se, a do jantar também, e o Benfica passara nos Açores por uma unha negra. A questão principal residia em descobrir um restaurante cuja televisão trocasse a porcaria do Barcelona pelo glorioso Famalicão.

Carnide é um bairro curiosíssimo. Faz lembrar a Vila do Prado (o Cávado à parte), nas suas ruas muito estreitas, no seu larguinho com o cemitério ao fundo. É, na Capital, uma migalha toda açucarada em casas antigas, de bela traça, quedas e fugindo das luzes da ribalta, algumas mesmo votadas ao abandono, resquícios dos palácios de outrora. Há lá um alfaiate, dos de antigamente, a montra da alfaiataria muito bem emoldurada no ouro da sua persistência. E há restaurantes – dúzias de restaurantes. Nada mais há em Carnide, além dos seus moradores.

Os fins-de-semana enchem-na, por norma, de gente em busca de um jantar honesto, pacato, de boa comida distante dos cozinhados de plástico. Os santuários gastronómicos, alguns seculares, vão vingando por via de uma clientela fixada. A essa hora, entre reservas e os mais esfomeados, já não se dispunha de espaço livre. Eis-me então a descobrir a virgindade – salvo seja! - de uma sala ampla, com dois rapazitos ao balcão na ânsia de uma primeira vez, uma primeira mesa de fregueses. Cá pensei – aqui, sim, conseguiria assistir ao Famalicão-Moreirense.

Eles tinham iniciado o negócio de muito fresca data. Os fieis de Carnide demandavam os seus poisos habituais. Ainda com o ninho assim por cimentar, o jeito estava em fazer a vénia ao comensal, aplacar-lhe as preocupações.

Por acaso, um dos rapazes até apostara no Placard (ainda não percebi o que isso é) a vitória do Famalicão. De modo que quando a barriguinha estufada de porco preto veio para a mesa, soava no ecran o apito do início do jogo.

E tudo correu lindamente nos primeiros 45 minutos do prélio. A vantagem era tal que mais um nada e hasteava-se no restaurante a bandeira azul-branca. Com o moço, merecidamente, a ganhar o seu Placard.

Bonitos golos – o segundo, soberbo – domínio do jogo, a uns parcos quatro pontos do dianteiro Benfica. Mais uma eventual surpresa positiva a proporcionar pelo Boavista o dia seguinte… A barriguinha viera excelentemente cozinhada e o vinho da casa parecia assaz bebível.

Mas a segunda parte revelou-se um desastre total. Um massacre. Paulatinamente, ao longo de toda ela, os Cónegos encheram o claustro sem margem de manobra para os famalicenses. A gente do restaurante já só me olhava compadecidamente. Uma rodela de abacaxi travou-me o enjoo, ajudou à oração – que o jogo acabasse de vez, antes de sobrevir o cataclismo.

(Ainda por cima, jogando só dez: Perez, o famoso argentino chamado à sua selecção, a dar porrada na clerezia de aqui ao lado, um despropósito completo…)

Regressei tristíssimo, sentido embora a solidariedade dos rapazes do restaurante, um deles a mancar também do seu Placard. Despedimo-nos. Enfim, numa próxima correria melhor…

E logo na manhã após, ouvi nas caminhetas vozes de desalento. Afinal, Andersen, o melhor marcador, falta-lhe algum parafuso no fémur? Porque não joga o tempo todo? Porque não faz o gosto ao pé? E Fábio Martins, tão desgarrado na extrema esquerda? E Ruben Lameiras, que ninguém lhe põe os olhos em cima?!

O desânimo e a incompreensão eram gerais. Será que os famalicenses se precipitaram na encomenda das faixas de campeão? Depois dos resultados em Guimarães, Alvalade e Braga… - o que virá a seguir? As caminhetas povoam-se dos piores augúrios.

 

(Da rúbrica Ouvi nas caminhetas in Opinião Pública de 14.NOV.2019)

 

 

"Lar das Pedras" - mais um livro a sair já

João-Afonso Machado, 12.11.19

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Outro. Este de poesia, porque as pedras são coisas respeitáveis. Matéria-prima da eternidade dos homens. Urgia, por isso, venerá-las, dar-lhe um lar - às pedras, tantas vezes deixadas no abanono por quantos sequer as sabem ler.

Essa a ideia: acolher momentos e monumentos. Senti-las mais fortes do que os seus escultores, porque o são. Conjugar palavras e pedras, gente que nelas se revê ou as inveja. Deixar a água correr sobre si, ouvir a força da erosão.

O prefácio deste livro coube em sorte a Margarida de Ataíde. O livro, liberto da extensão das páginas, porque o muito é nada, será apresentado decerto em Lisboa. Ou mesmo mais aquém. Entretanto, qualquer interessado pode adquiri-lo previamente. O velho Facebook explicará o resto. 

 

Moscavide, enfim

João-Afonso Machado, 11.11.19

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Tubarão, nos teus escritos ouvi Moscavide a gritar entre a multidão que envolve Lisboa. Na realidade, escutei o nada feito homem que desce à rua de cigarro aceso (estreitas escadas, portaria tacanha, nunca mais arranjam a merda da campaínha do terceiro direito...). Topei também a tua total descrença em mais além do momento presente. Ou se quiseres, Tubarão, uma certa forma de encarar a Morte, o fim dos teus dias na cervejaria, a curta memória com que te presenteiem os teus parceiros das imperiais e dos tremoços. Moscavide será isso, o tempo solitário, a família sem membros, um fugaz caixão rumo ao esquecimento.

Por tudo fui tomar o pulso a Moscavide. Conhecer-te, encontrar-te, garantir-te há um mundo menor, de tão maior por todos serem e continuarem a ser. Mas jamais, Tubarão, quis ir a Moscavide para te catequizar. A apologética é o meu oposto.

Era só rever-te nas ruas, ouvir o comboio, aspirar firme o cheiro urbano em que nasceste. Pejado de horários que galhardamente não cumpres. As ruecas estreitas, a roupa a secar nas sacadas, qualquer lojinha por baixo da tua residência - um quarto?, uma pensão?, um estúdio de renda compadecida? E o teu andar de quem faz pouco, o menos possível, os teus artifícios de sobrevivência. A tua fé em mulheres passageiras, o discurso político construído sobre lugares-comuns.

No fundo, Tubarão, - tu és o Tubarão porque tão voraz como o maior cardume de taínhas. E voraz porquê? Porque sim, ictio est ex tunc, sem perguntas nem problemas existências. Ora do lado de cá, ora do lado de lá da Linha do Norte...

Tudo isso se chamará Moscavide.

E foi uma outra volta na terreóla, o cheiro das churrasqueiras, os negócios de esquina - floristas, calistas, cartomantes... - o teu aceno de cabeça aos conhecidos, em cada início do dia no começo da tarde.

Já o cigarro te fumou todo e não vives?

Oxalá assim não seja e os teus vícios te mantenham os dias, sempre iguais na pretensa diferença de um pensar político mais batido do que as chapas da oficina além. Atazanado pelo apito infrene e constante do comboio.

És um subúrbio, Tubarão. Uma máquina. Esse o teu berço e destino - um subúrbio capaz de me despertar a maior curiosidade por tal realidade para mim desconhecida. Creio, apenas, - onde o futuro não entra nas contas. És uma máquina corajosa, portanto. Orgulhoso de ti mesmo, afinal com identidade, incapaz do contrário, um enigma sem eternidade.

Por tanto que me ensinas e levas a procurar - obrigado Tubarão.

 

Para outra banda

João-Afonso Machado, 08.11.19

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Aconteceu gostar das cores da travessia. O cinzento geral, a esbranquiçar no topo, fazia prever tempestade, a necessidade da mudança. As águas do estuário, no seu vagar, pareciam confirmá-lo, como se abrissem uma brecha, marcassem uma hora limite. Não havia que hesitar. Muita gente debandou.

Suava-se um calor de vésperas de tormenta - um calor quieto, calado, tremendamente pesado. Duas embarcações decidiram ir contra ele, cantando, dançando, como mulheres minhotas. No vigor de uma festa onde nem as meias brancas de linho, nem a colecção de saias e xailes, se deixam assustar pelo bafo de antes do horror.

Foi exactamente por esses tons garridos que reconheci as minhas origens. Quis o destino, viajasse também. Emigrasse. Para onde, ainda não descobri, mas essa é a fortuna de um minhoto - fazer-se ao caminho. As mais das vezes sem regressar.

 

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