Badajoz
Partindo de Olivença, havia que dar um salto em Badajoz. A terra dos caramelos e de que mais? Nesse dia de um calor excessivo, afuguentando todos para dentro das suas casas. As ruas eram um deserto e nós nele, sedentos, suados, sucumbidos. Mas havia ainda muitos quilómetros pela frente, e vistas em que pôr as mãos antes de anoitecer. Badajoz, francamente falando, não deslumbra. É certo, a sua Sé ninguém lha tira, e o monumento tem grandiosidade:
Naquela quietude de almas, avultavam memórias dos heróis locais, esculpidas em pedra, episódios que permaneceram ignotos, a puxar a curiosidade sobre os feitos de alcaides, oficiais peraltas
e outros hipotéticos combatentes, homens de letras e da governança. O brasume do ar não falava, Badajoz permanecia queda, desdobrando-se em avenidas muito bem postas na formatura, talvez uma cidade nova, do pós-Guerra Civil:
Lá pelo meio, uma teia de vielas, decerto mais apetecíveis, ensombradas. Com bares e a frescura da cerveja, que se pressentia. Mas, em matéria de comeres, é dificil confiar nos espanhóis...
Prosseguimos a árdua caminhada, refrescada, aqui e ali, por jardins mais oportunos do que abrigos nos cumes atulhados de neve
e por fontes. Muitas. Numa batalha insana para humidificar o ar. Pobres esforçadas! Aqui lhes presto a minha homenagem,
bombeiras a vida toda apagando o fogo do céu. Enquanto os nativos dormiam a sesta e os portugueses penavam em calados e moribundos domínios deles, o contrário de nós, anfitriões de primeiríssima qualidade. Caramelos? Nem uma loja aberta para os comprar.