"Soneto do Geraldo"
João-Afonso Machado, 01.05.19
Lenda minhota Castro Laboreiro,
Alma feita aos lobos, cores da noite
Musicadas sem pauta, cancioneiro
De cimos onde não há quem se afoite;
Desceu. Veio aos planos o dianteiro,
Outros depois a desafiar o açoite
(Ai de quem! Gente do chão rasteiro,
Caninos navalhos o aviso – doi-te!)
E Geraldo também na migração,
Geraldo ainda mancebo, pata forte
Como seu pai, na frente da matilha,
Geraldo, o porte mítico de um cão,
Olho terno das feras logro e armadilha,
Dias amigos e pelo amigo… a morte!