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MACHADO, JA

A minha escrita, a minha fotografia, o meu mundo

MACHADO, JA

A minha escrita, a minha fotografia, o meu mundo

Quis o Destino, Tino

João-Afonso Machado, 28.10.18

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Tomávamos o pequeno-almoço, manhãzinha cedo, em Oldrões, Penafiel. Quando, de súbito, a pastelaria entra em alvoroço: tinha chegado lá o famosíssimo Tino de Rans. (Oldrões e Rans são duas freguesias vizinhas.) Foi um momento de política à séria.

Muitos abraços aos cavalheiros, grande troca de beijos com as senhoras presentes. O cidadão Vitorino da Silva irradia simpatia. Cumprimentei-o efusivamente: - sou um seu eleitor - disse-lhe logo.

(Parece que Tino não acreditou. Mas um parceiro, muito das minhas relações, convenceu-o - eu votei nele para as últimas Presidenciais. Monárquico como nasci, sou, e hei de morrer, só o candidato Vitorino da Silva poderia assegurar um mínimo de respeito e coerência por Portugal nesta desastrosa República. E o Tino obteve o mais fantástico resultado eleitoral, ele sozinho.)

Vinha precavido com a sua lista de assinaturas para a formação de um novo partido que almeja. - Desejo cumprir o meu sonho de ser de deputado à AR, - confessou.

Ora, a sinceridade para mim é tudo. A gente conhece as guerras intestinas nos partidos, quando se trata de formar as listas de candidatos ao cargo. Ninguém quer - mas, em boa verdade, todos querem e se guerreiam por tal. O Tino parte do zero - e ouvi-lo no Parlamento é, ou devia ser, a derradeira esperança dos portugueses da Província, em particular, e do Planeta em geral.

Não sei se foi a Oldrões a pé, ou se regressou de táxi a Rans. Sei que o vi, abracei "com afecto", e seguimos ambos, depois, os nossos caminhos. Trouxe os seus papeis. E com a mesma certeza que mandava um Santana Lopes bugiar, eu subscrevo a petição do Tino. Lembrei Marinho Pinto (cruzes!) e mais cresce em mim a crença no Senhor de Rans. Assim como este se despediu desejando apenas que Deus nos acompanhasse na nossa viagem.

Para que se saiba, nada do que digo é brincadeira ou ironia. Ver e ouvir este homem na AR, deixando sair pela boca fora o que achar não poder ficar calado, seria (será?) um lavar da alma.  Há muitos minhotos, trasmontanos e beirões a pensar assim. Oxalá nenhum escândalo superveniente anule a meta do cidadão Vitorino da Silva.