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MACHADO, JA

A minha escrita, a minha fotografia, o meu mundo

MACHADO, JA

A minha escrita, a minha fotografia, o meu mundo

Carta a um conspirador como eu

João-Afonso Machado, 11.12.17

BOLO REI DAVID.JPG

Meu caro David:

Estou ainda - e o meu Amigo decerto também - no rescaldo da belíssima almoçarada tertuliana da passada semana. Não houve de que dizer menos bem - nada! A começar, é claro, pela companhia de eleição. E pelo presunto do Rogério (salvo seja), o qual urge se promova a património nacional.

Eu depois segui para Ponte de Lima, magicando nisto tudo, na vitela assada, no tinto santificado e, intervaladamente, no golpe de estado que me levava lá, sob o pretexto do centenário da morte do poeta António Feijó. Foi quando, num repente, o bolo-rei da sua criação caiu em cheio em cima das minhas ideias.

Em primeiro lugar, porque o bolo-rei é o melhor bolo do mundo.  Em segundo, porque a sua receita ultrapassa todas as expectativas. E em terceiro, dado os seus manifestos propósitos conspirativos - aquela bandeira, o apelo óbvio à Restauração.

Foi esse o principal argumento por mim esgrimido em Ponte. A Vereação tremeu, recuou, a assistência rejubilou. Eu garanti que as tropas monárquicas tinham já chegado a Famalicão e prosseguiam para norte, exibi as bandeiras - azuis e brancas, coroadas, invocando David, o rei que venceu o gigante Golias, - e multipliquei-as por uma dezenas de milhar, todas na rota limiana, já há muito. Como resultado, a Vereação fugiu espavorida e nós fomos conspirar umas tapas e uns rissolinhos oferecidos pela organização.

Em suma, somos imensos. E, verá, com mais bolo-rei e as suas bandeiras esotéricas em breve seremos todos - conspiradores implacáveis, heróicos paladinos da Monarquia.

A Pátria reclama - o presunto, o bolo-rei e a Coroa. O Rogério e o meu Amigo são já duas certezas. Como concluir senão que o Natal é amanhã e todos os dias?

Com um grande e eufórico abraço e o desejo de Festas felizes, ajunte-lhe toda a amizade do

João Afonso

(em cifra conspirativa, JAM)