Carrazeda de Montenegro
Foi sede de concelho lá no alto, de onde a igreja, que ainda é Matriz, emerge no céu muitas voltas antes de chegarmos perto.
Hoje é vila, um consolo que lhe deram, mas sequer é já freguesia... E vem descendo para o vale, deixando atrás de si a ruína.
Letras que lhe caiem dos antigos azulejos toponímicos, como dentes podres. Cafés, petisqueiras, casas venerandas, pedra nobre, centros paroquiais, lojas ou varandins, em tudo as vidraças se quebram no abandono em redor da imponência setecentista da Matriz. Percebe-se porquê.
As gentes gostam da propriedade horizontal. Enquanto tantos suspiram por um quintalzinho, ao menos... Mas não, Carrazeda de Montenegro moderniza-se...
Resistem, contudo, alguns pormenores simpáticos. Outras arquitecturas também já respeitáveis. E, se calhar, a tradição dos vinte e cinco tostões de gorjeta ao gasolineiro.