Imaculada
Hoje visitá-La-ei. Não que Ela não esteja sempre presente, mas hoje é como se Lhe levasse um ramo de flores. Há procissão e escuteiros e bombeiros, mais o pálio. Não sei, sou novo aqui, talvez em dificuldades de sentir entre a multidão.
Trago-A no peito, o último cuidado da minha Avó. Eram ambas. E o dogma foi ficando fora do pensamento, elevou-se o hino e, quando oiço - "Salvé nobre Padroeira...", é o arrepio, as lágrimas súbitas, não sei bem explicar o mais. Talvez assim deva ser, sobrenaturalmente, neste seu Dia em que as palavras são vãs, embora ouvidas com clareza e uma mão sobre a minha cabeça.
No fundo é um sussurro - "Força!"; e toda a comoção que nem cá dentro cabe ("Salvé nobre Padroeira..."), são os passos hoje mais sonoros da sempre Imaculada Rainha de Portugal, eternamente terna. E justa.