Scotland, 2009
Duncan não se cala. ((Estou na Escócia, estou eu só.) Sem nada me explicar sobre este 2009, nem mesmo sobre Nessie. Ainda assim, percorro o ano dos bons ou maus sonhos. (?) Não sei bem, não me lembro, vou numa carrinha atulhada de gente cuja nacionalidade não é nítida. Mas alguém falta. Ou não? Ainda viajam dois ou três nomes de localidades que embarcaram nas paragens lá. E a voz de Duncan, a palração de Duncan, a aceleração verbal de Duncan. Logo de manhã desisti de pedalar ao lado da sua condução, marcho solitário, com o olhar apenas. Sozinho, Escócia fora, com 2009, sem Nessie até, porque nem sempre quem nós queremos não está onde está.
Irei aos poucos tentando preencher vazios. (2009.) Num primeiro esforço, as derradeiras horas da tarde em planuras sem fim à vista e Duncan - que alívio! - momentaneamente sem mais para dizer. É quando nas alturas do feno e do gado escocês tudo parece uma fábula e as lebres saltarilham nos pastos como um bando poisado de estorninhos.
Já é um início.