Pinheiros, onde estão?
Andar as freguesias é ir ao lado oposto da superficialidade. Pôr os pés nos caminhos à margem, marcar com o gume das pedras os lugares. Ouvir o gado, apanhar o seu cheiro. É uma corrida contra o Tempo. Abundam os detractores das freguesias, as muitas formas de lhes roubar o ser. Vão sobrando algumas bouças, a lavoura aqui e ali. E os pinheiros - pinhais deles, paisagem, essência, os gaios e os pombos do silêncio da terra nossa.
Ainda há por onde aproveitar o sino dos campanários e correr a manhã. Barcelos avista-se ao longe e aligeira a aproximar-se (andar as freguesias é perder a idade...), sempre mais perto.
Finalmente, Barcelinhos. Restava a travessia da ponte velha e sobraram algumas horas de Minho. Vindimado, colhido, já semeado, ante o Cávado com dias sim - limpo! - e dias não.
Certo é, de Rates ao destino nunca o arvoredo desistiu de reclamar a perpetuidade dos Pinheiros.