"Metamorfose"
João-Afonso Machado, 02.12.15
Às oito da manhã na porta da barbearia…
o tempo em rimas de rapaz
hesita e risca, volta atrás,
espera, pondera, cisca a fantasia
e medita. O tempo contemplando
invade de azul, grassa celestial invernando
e não passa,
em tule idade imemorial despida
sem normas ou formas.
Mas às nove, vila minha renascida em rimas de rapaz,
tudo morre, é cidade, tudo se move
batida na torre a hora certa, o vento falaz
da avenida,
o movimento na barbearia, a porta aberta
em um dia mais de tosquia.