Diga-se de passagem, a Direita defendeu-se sempre desajeitadamente ante a triunfal cavalgada de Costa. Insistindo em brandir a "tradição", quando já a revolução desprezava argumentos, e invocando a "legitimidade" como quem faz uma vénia à "democracia", tendo por interlocutor apenas a ganância do poder. Esquecendo, enfim, que fomos e somos o País da "maioria silenciosa".
Entretanto, ontem mesmo a Esquerda Unida desentendia-se no Parlamento. O motivo: a eliminação dos cortes salariais na Função Pública, da sobretaxa do IRS e da Contribuição Extraordinária de Solidariedade. As pressas do PCP, o compasso do PS.
E estavam nisto - e estariam - quando se deu a intromissão da bancada da Oposição, apontando a verdade verdadeiríssima da instabilidade à vista, das inocultáveis divergências da "Maioria", etc, etc. Mas...
O resultado foi a súbita re-união dos socialistas, comunistas e bloquistas. A discussão entre eles ia gira... mas cessou: a questão será discutida apenas na especialidade - em privado, digamos assim - e só então votada. Com Costa pelo meio, decerto, em mais um passe contorcionista qualquer.
Deixem-nos. Não una a Direita o que desunido nasceu à esquerda.