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MACHADO, JA

A minha escrita, a minha fotografia, o meu mundo

MACHADO, JA

A minha escrita, a minha fotografia, o meu mundo

Sons remotos do leite

João-Afonso Machado, 30.09.15

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À luz ténue do lampião esguicham memórias em calções: era o rematar de um dia de trabalho, a ordenha. O banco de pau, gente de volta, um balde de latão e os cuidados devidos aos pernões das mais impacientes. Uma prudência de início chamada medo em face do medo maior da troça dos mais velhos, já tão batidos naquele ritual.

E tudo, afinal, muito simplesmente as tetas da vaca comprimidas pela raiz entre dois dedos que as pressionavam até à ponta. Ouvia-se, não se via, o jacto ecoando no fundo do recipiente e depois a cantar com uma bica apontada ao fontenário. O mais era o peso do balde, asa de madeira, e uns quaisquer braços assisados a vertê-lo em uma, duas, três bilhas, o pão ganho em mais uma jorna. Por junto com a arte adquirida de esquivar ao coice.

Entre caseiros, rapazes do campo, o pessoal da lavoura. Gado galego, torino, as charolesas vieram depois. Anoiteceres de antigamente, tão presentes quão salutarmente o leite ajudava a crescer.

 

 

 

Calando os silêncios de Costa

João-Afonso Machado, 30.09.15

Meu dito, meu feito. A Esquerda vai destrunfando, ontem com a dama de Parvalorem e a mãe espontânea de Setúbal. Mas as sondagens - e a gente acrescenta sempre: que valem o que valem - não registam alterações significativas.

Os indecisos ainda são muitos. A realidade de uma nova "maioria silenciosa", evitando o confronto e a arruaça tão do agrado da Esquerda, parece não menos dispicienda.

Passos Coelho ofereceu-se para viabilizar o Orçamento de Costa, no caso de o PS formar Governo. Fez muitíssimo bem! É a tecla em que deverá bater insistentemente daqui até ao fim da campanha, já agora interpelando-o no sentido de averiguar se poderá contar com o mesmo procedimento.

Em qualquer caso não obterá resposta do visado. Mas poderá reforçar a resposta do eleitorado.