"Eles comem tudo e não deixam nada"
Passará a maioria dos portugueses o teste da memória política nas próximas eleições?
Em 2011, o então Ministro das Finanças, Teixeira dos Santos, entrava em colisão com o seu chefe: os cofres do Estado já não dispunham de meios para os pagamentos do fim do mês, os juros no mercado financeiro prenunciavam a bancarrota, e Sócrates teimava em adiar o pedido de ajuda externa por motivos puramente eleitorais.
Foi, assim, praticamente às escondidas que Teixeira dos Santos "abriu o jogo" ante a UE e o FMI e a Troika fez anunciar a sua chegada.
Por essa altura, os dirigentes socialistas reuniam-se á noite, uns com os outros nas suas casas de fim de semana, estudando formas de colocar os seus dinheiros em segurança, longe de Portugal. De caminho, projectavam uma curta vitória eleitoral e uma breve passagem de Passos Coelho pelo Governo - face ao que aí vinha, a sua inexperiência ditaria a sua rápida queda no meio da rua...
E António Costa, o nº 2 de Sócrates, mantinha-se firme ao lado deste na, por vezes acalorada, discussão entre o bom senso e o vício do Poder. No fundo, a única ideologia por que o PS se rege: o vício do Poder.
Acredito Portugal tenha mudado, seja maior a consciência política dos portugueses. Tal produzirá os seus efeitos, se não já em Outubro, lá para daqui a um ano...