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MACHADO, JA

A minha escrita, a minha fotografia, o meu mundo

MACHADO, JA

A minha escrita, a minha fotografia, o meu mundo

Dias onde se sentem os anos

João-Afonso Machado, 06.09.15

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Faltam já uns quantos amigos. Partiram ou em casa ficaram, não vieram. Tanta coisa é outra, as nossas pernas, o peso em cima delas. E as costas, essa recordação chamada agilidade... Os nossos parceiros, os nossos cães, vão agora na geração dos bisnetos. Mas é a alma ainda quem manda. Haverá muitos outros primeiros dias, ilusões e desilusões, tiros a despertar o alvorecer, a inquietar as manhãs, e qualquer peçazita para pendurar no cinturão.

E sobretudo não findará o momento inexcedível das estátuas. O vagar olimpico do alerta. O disparo, o cobro, a gratidão do pai. A conversa com os filhos, mesmo com a medrosa colada aos calcanhares, de mãos apoiadas na cartucheira a pedir protecção, uma festa na cabeça. A ganir. Enquanto a outra se desunha a trabalhar. Arquejante, imparável.

Ao meio-dia todos assamos já sob o sol. Quatro codornizes, quatro proezas da pequena. Está feliz, fez-me igual, a assustadiça retoma a sua vocação, já brinca. E a gente tem fé: a este ano seguir-se-á o próximo.

 

 

 

 

 

Memórias eleitorais

João-Afonso Machado, 06.09.15

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O Manifesto Anti-Portas em Português Suave tem 20 anos. E, se calhar, muitas verdades lá dentro. O Autor, Carlos Candal, em 1995 cabeça-de-lista do PS por Aveiro (a "sua" Aveiro...), assustado com a presença de Pacheco Pereira (PSD) e Paulo Portas (CDS) no círculo eleitoral, insurgia-se contra a «solidariedade corporativa» dos «membros da Maçonaria», dos «confrades da Opus Dei», dos «agentes dos grupos económicos» e dos «parceiros da comunidade gay». E, entre outras bravatas, propunha-se «pendurar» no seu «cinto de caça político as tais aves de arribação». Um grande marialva, este Carlos Candal!

Claro que há insinuações que só são graves, reveladoras de uma qualquer fobia e até "inconstitucionais" (segundo a instalada incontinência verbal) quando percorrem o sentido oposto - da direita para a esquerda. Ainda assim, António Guterres (que é um homem civilizado) deu uma reprimenda a Candal e o Manifesto foi retirado de circulação.

Ontem numa qualquer feirola de Faro, uma estrutura carregada de latas convidava a votar no PS e a um jogo de pontaria com bolas. As ditas latas eram todas decoradas com o facies de dirigentes da Coligação...

Fica dado o mote para o estilo da sua campanha. Os socialistas, manter-se-ão, à míngua de argumentos, ao nível das diversões de arraial. Até por ser óbvio António Costa padecer da falha de alguns toques dos acabamentos de Guterres.

E por isso bem fez em se poupar, nos debates da televisão, à visita á sua tendinha de electrónica barata do terrível Paulinho das Feiras.